sábado, 4 de dezembro de 2010

Primeiras impressões da COP16


Não é a primeira conferência internacional que acompanho, mas é a primeira vez que o faço no terreno. Ao fim de três dias, o balanço é ambíguo. Se por um lado é interessante ver ‘ao vivo’ como tudo se processa, por outro não deixo de pensar que grande parte deste esforço logístico é um desperdício.

A Internet do hotel é péssima e o local da conferência fica a meia hora de autocarro daqui, após um percurso fortemente guardado pela polícia e pelos militares mexicanos. O problema não é só meu, dado que os hotéis da maioria dos participantes estão situados nesta famosa zona hoteleira de Cancún, mas a quilómetros de distância do centro de conferências Cancunmesse.

Aqui, estão instaladas as ONG e funcionam as salas de algumas delegações e dos eventos paralelos. Mas só entram os participantes, sejam eles representantes da sociedade civil, membros das delegações ou jornalistas, pelo que a feira das ONG acaba por ter um público algo limitado.

Mas este centro de conferências está também afastado meia dúzia de quilómetros do Moon Palace, o hotel onde decorrem as negociações, para onde é preciso apanhar outro autocarro. Este afastamento da cimeira propriamente dita e o fantasma das negociações paralelas deixam no ar um clima de descontentamento (agravado pelo excessivo ar condicionado…).

Os Amigos da Terra, por exemplo, estão preocupados que estejam a ser preparados documentos à margem das negociações, à semelhança do que se passou há um ano na COP15 e resultou no polémico ‘Acordo de Copenhaga’. Hoje à noite haverá um jantar ministerial de onde se espera que surjam condições para uma última semana de negociações mais positiva.

Há ainda a Vila do Clima, ela própria afastada de tudo o resto, já a caminho do centro de Cancún, mas ainda não tive oportunidade de lá ir. Isto para não falar nas inúmeras iniciativas paralelas organizadas por empresas, embaixadas e outras entidades um pouco por toda a cidade.

Luís Galrão, a acompanhar a Quercus em Cancún.

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